O que é depressão?
Antes de mais nada é importante frisar que a depressão é um tipo de adoecimento mental real. É um sentimento de tristeza e/ou diminuição do interesse ou prazer em realizar atividades que se torna um transtorno quando for suficientemente intenso a ponto de afetar o desempenho de funções que são necessárias e que antes eram prazerosas ou não causavam sofrimento. É possível que a depressão surja depois de uma perda recente, de um acontecimento triste, dificuldades reais e etc. Mas ela é desproporcional em relação ao acontecimento e se prolonga por mais tempo do que seria normal.
Quais são as causas da depressão?
A causa exata da depressão ainda não está muito clara, mas uma série de fatores podem torna-la mais provável. A forma como o cérebro de cada um de nós responde à estimulação do meio frente a situações emocionais é diferente. A neuroquímica cerebral atua de forma diferenciada nos quadros de depressão, fato pelo qual uma parte do tratamento é feita com medicamentos.
Mas enquanto fatores de risco para a depressão temos:
- Uma tendência familiar, a hereditariedade: Em famílias com histórico de ocorrência de depressão, a chance de novos membros apresentar a doença é maior do que naquelas em que a depressão não exerce seu poder.
- Eventos emocionalmente angustiantes, especialmente os que envolvem uma perda: todos nós passamos por perdas ao longo da nossa vida. Mas a forma como lidamos e, principalmente, a forma como ressignificamos essa perda pode levar a um quadro depressivo, variável de leve a grave, além de determinar a qualidade ou não da nossa vida.
- Gênero feminino: mulheres são mais propensas a apresentar depressão. Mas o gênero masculino não está imune a ela. Sendo assim, atenção especial aos adoecimentos mentais tanto em mulheres quanto em homens são de fundamental importância.
- Alguns problemas de saúde em geral: desde o dia que nascemos nos aproximamos do nosso fim. Muitos de nós possuem condições de saúde que podem levar, com mais facilidade, à depressão. Esses casos envolvem o câncer, doenças degenerativas, doenças crônicas de difícil tratamento e etc. Para essas pessoas, o cuidado com a saúde mental é ainda mais importante.
- Efeitos colaterais de alguns medicamentos: a Medicina sempre alerta para o cuidado com o uso indiscriminado de medicamentos sem prescrição médica. Fazer uso de medicamentos, sejam naturais ou não, é um risco real para a saúde da pessoa. Existem medicamentos que quando combinados com outros podem fazer efeitos colaterais perigosos. Somente o médico possui conhecimento necessário para prescrição. Sendo assim, cuidado com receitas caseiras, receitas de Internet, receitas de pessoas que dizem ter melhorado com algum tipo de substância e etc. Estamos numa fase de acesso a muita informação, mas a maioria delas não passa de fake News.
Sintomas da depressão que precisamos ficar atentos!
Uma dificuldade que temos quando falamos em depressão, é que ela se desenvolve gradativamente ao longo de dias ou semanas e podem variar muito. Sendo assim, ela pode ser confundida com cansaço, estafa mental, estresse e etc.
Mas, de forma geral, sempre precisamos ficar atentos ao comportamento apático e triste ou irritável e ansioso.
Muitas pessoas não conseguem sentir emoções de forma dita normal. A vida parece ter perdido a graça e a cor. A pessoa perde o interesse ou o prazer em atividades de que costumava gostar.
É possível que a pessoa se preocupe em excesso e apresente intensos sentimentos de culpa, autodestrutivos e de concentração. Pode ter sentimentos de desespero, solidão e inutilidade. Costumam ser indecisas e retraídas. Sentem-se desamparadas, sem esperança e podem pensar em morte e suicídio.
A maioria das pessoas com depressão tem dificuldades para adormecer e despertam várias vezes durante a noite e madrugada. Algumas dormem mais que o habitual.
A falta de apetite e a perda de peso podem acontecer, como também o contrário: comer compulsivamente com aumento importante do peso.
Algumas pessoas também negligenciam a higiene pessoal, a família, animais de estimação, o trabalho e etc.
Podem, ainda, queixar de doença física, com sofrimento e dores importantes.
Como e por quem é feito o diagnóstico de depressão?
O diagnóstico de depressão é feito pelo médico, especificamente o médico psiquiatra, baseado em critérios de diagnóstico psiquiátrico padrão. Somente ele pode fazer o diagnóstico diferencial de outras doenças que podem mimetizar os sintomas da depressão.
Sendo assim, diante de sintomas que sugiram depressão, procure sempre o médico.
Como é conduzido o tratamento da depressão?
A depressão é tratada dentro de uma tríade muito importante: Apoio – Psicoterapia – Medicamentos. Não há nenhum que seja mais importante que o outro.
A maioria das pessoas com depressão não precisa de hospitalização; a exceção fica a cargo daquelas pessoas que já tentaram suicídio, fraqueza excessiva pela perda de peso e problemas cardíacos devido à agitação grave.
Além disso, o tratamento da depressão depende da gravidade e também do tipo de depressão (por isso a importância do diagnóstico ser feito por um médico especializado).
Finalizando…
Não é vergonha nenhuma admitir para si mesmo que tem sintomas e sinais de depressão. O 1º passo para sair da doença e tornar a ter uma vida de qualidade é assumir que está doente e procurar ajuda.
Não sofra em silêncio e não se submeta a condições precárias de vida.
Procure ajuda o quanto antes. Não se entregue ao desânimo, aos pensamentos ruins, aos sentimentos de inferioridade.
Permita que as pessoas que estão ao seu redor cuidem de você.
Lute, de verdade, para vencer a doença e retomar o presente que é a sua vida.
Não estamos neste mundo a passeio. Cada dia vivido importa na trajetória de cada um de nós.
E em cada um dos dias existe Deus a nos amparar e a nos cuidar.
Mas façamos cada um a nossa parte. A mudança de vida e a cura dependem inicialmente de nós!
Valeska Magierek – Neuropsicóloga